Ex-presidente dos Estados Unidos concordou com uma fiança de US$ 200 mil e outras condições de libertação no caso de tentativa de alterar eleições na Geórgia

Donald Trump planeja se entregar à polícia e ser processado na prisão do condado de Fulton nesta quinta-feira (24), disseram duas fontes familiarizadas com o plano à CNN.

A decisão acontece após o ex-presidente fazer um acordo nesta segunda-feira (21) e concordar com uma fiança de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão) e outras condições de libertação no caso de tentativa de alterar eleições na Geórgia.

Vários co-réus no caso também concordaram com os termos de seu acordo de fiança com o escritório do promotor distrital.

Os advogados de Trump, Jennifer Little, Drew Findling e Marissa Goldberg, se reuniram com o escritório do promotor distrital antes que os detalhes do acordo fossem divulgados.

Little, Findling e Goldberg advogam no estado. Outros advogados de Trump têm trabalhado nos bastidores do acordo de fiança e de sua entre às autoridades, incluindo Todd Blanche, que assumiu o comando como principal defensor do ex-presidente em suas múltiplas acusações criminais.

As condições de liberação descritas no pedido são mais extensas do que as estabelecidas nos outros documentos aprovados hoje sobre o caso.

Ao contrário de outros réus, o ex-presidente é explicitamente proibido de usar as redes sociais para atingi-los sobre o caso, bem como quaisquer testemunhas e os 30 co-conspiradores não indiciados.

“O réu não deve praticar nenhum ato para intimidar qualquer pessoa conhecida por ele ou ela como co-réu ou testemunha neste caso ou para obstruir a administração da justiça”, afirma a ordem assinada pelo juiz do Tribunal Superior do Condado de Fulton, Scott McAfee.

“O réu deve incluir, mas não está limitado a postagens em mídias sociais ou republicações de postagens feitas por outro indivíduo nas mídias sociais”, prossegue o pedido.

O caso de subversão eleitoral do Condado de Fulton marca a primeira vez que as condições de libertação de Trump incluíram uma fiança em dinheiro e a proibição de intimidação por meio de mídia.

Outros processos

O processo criminal é o quarto aberto contra o ex-presidente neste ano. Nos casos anteriores, as condições para a libertação de Trump após a prisão e julgamento pendente foram amplamente rotineiras.

No caso dos documentos de Mar-a-Lago com processo movido pelo procurador especial Jack Smith na Flórida, Trump foi libertado sob fiança pessoal, embora tenha existido alguma resistência de seus advogados sobre as restrições impostas ao seu contato com testemunhas naquele caso.

Trump também foi libertado em condições mínimas no caso de subversão eleitoral de Smith apresentado em Washington.

Essas condições incluem não ter permissão para se comunicar com qualquer pessoa conhecida como testemunha no caso, a menos que seja por meio de um advogado. E, no caso do suborno de Nova York, Trump foi igualmente ordenado a não se comunicar sobre o caso com ninguém que estivesse envolvido, exceto por meio de um de seus advogados.

Ordens de fiança de outros réus

Além dos pedidos de Trump, vários réus tiveram pedidos de fiança aprovados nesta segunda-feira.

O advogado conservador John Eastman chegou a um acordo de fiança de US$ 100 mil com o promotor distrital do condado de Fulton, Fani Willis.

O réu Scott Hall também chegou a um acordo de fiança de US$ 10 mil com Willis, de acordo com os autos do tribunal.

A fiança de Kenneth Chesebro foi fixada em US$ 100 mil e a de Ray Smith foi fixada em US$ 50 mil.

As ordens de fiança incluem termos parecidos. Os réus devem se apresentar à supervisão de pré-julgamento a cada 30 dias, que pode ser realizada por telefone. Eles também estão impedidos de se comunicar com os outros 18 co-réus ou quaisquer testemunhas sobre o caso.

Espera-se que todos os 19 réus no caso, que foram indiciados na semana passada, incluindo Trump, se entreguem nesta semana, antes do prazo desta sexta-feira (25) estabelecido por Willis, após a ampla acusação da semana passada sobre os esforços de Trump para derrubar a eleição de 2020.

Em um caso típico no Condado de Fulton, quando a polícia faz uma prisão, o detido é registrado na prisão e deve comparecer perante um juiz magistrado dentro de 72 horas.

Esse provavelmente não será o caso dos réus neste caso de extorsão. Como eles já foram indiciados e devem negociar os termos de libertação e fiança antes de se entregarem na prisão, os réus provavelmente não terão uma audiência inicial no tribunal, disseram os advogados à CNN.

A presença da aplicação da lei permanece em um nível elevado no complexo do tribunal do condado de Fulton.

Dezenas de veículos de aplicação da lei estão estacionados, alinhando o raio de dois quarteirões ao redor do tribunal, bem como na sede do governo, onde os 19 réus devem negociar os termos de liberação e a fiança com o escritório do promotor distrital.

Policiais do escritório do xerife do condado de Fulton estão assumindo a liderança na segurança fora dos prédios, mas membros de outras agências e departamentos, como o Serviço de Delegados dos EUA, responsável pela segurança do tribunal, bem como a polícia de Atlanta, também foram vistos patrulhando a área.

De acordo com um comunicado de imprensa do escritório do xerife, as barricadas ao redor do tribunal do condado de Fulton permanecerão no local até sábado (26).
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Por CNN Brasil.