O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depôs por cerca de três horas sobre o caso das joias à Polícia Federal.
O que aconteceu?
- O prédio da sede da PF em Brasília foi cercado com grades de isolamento e teve reforço de policiais militares do Distrito Federal na tarde do depoimento.
- Foi a primeira vez que ele foi oficialmente ouvido sobre o escândalo das joias da Arábia Saudita.
- Bolsonaro chegou em um carro descaracterizado, sem identificação, e entrou pela parte de trás do prédio. Sua oitiva durou cerca de três horas.
- Na porta da frente, havia ao menos três viaturas da PF e outras três da Polícia Militar do Distrito Federal.
- Na entrada para o prédio, foi feito um isolamento por grades com ao menos 20 policiais militares controlando a entrada e saída.
- As entradas laterais e do fundo do prédio também foram isoladas.
- Não houve protestos nem manifestações de apoio.
O que se sabe sobre o depoimento
Outros personagens da história também foram ouvidos, como o militar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Marcelo Câmara, assessor que trabalha na segurança de Bolsonaro, e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes.
Os delegados questionaram Bolsonaro sobre a origem dos objetos, sobre quem teria entregado as joias e sobre o destino final --se era para acervo pessoal do ex-presidente ou para o acervo da Presidência. A PF já ouviu o ex-ministro Bento Albuquerque por videoconferência em março. Bolsonaro já disse que "nada foi escondido" nesse caso. Sua defesa foi procurada, mas não respondeu aos contatos do UOL.
O depoimento do Pr @jairbolsonaro transcorreu de maneira absolutamente tranquila, tendo respondido a todas as indagações feitas pela PF.
Foi uma ótima oportunidade para esclarecimentos dos fatos.
Bolsonaro depôs na sede da PF hoje sobre as joias sauditas Imagem: 5.abr.2023 - Sergio Lima/AFP |
Quem está envolvido no caso?
- O ex-ministro Bento Albuquerque foi o primeiro a tentar liberar as joias após o confisco, alegando se tratar de um presente para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
- Mauro Cid emitiu um ofício com o brasão da República para pedir a liberação das joias apreendidas em Guarulhos, escalando ele mesmo para a empreitada. No documento, obtido pela GloboNews, Cid dizia que o estojo que continha os itens estaria no "acervo privado" de Bolsonaro. Segundo o Estadão, Cid vai implicar Bolsonaro nessa tentativa de reaver as joias.
- Após envio do ofício e aconselhado por amigos, ele teria optado por repassar a missão de recuperar as joias a seu auxiliar, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, que foi então pessoalmente a Guarulhos no dia seguinte. Ele já depôs.
- Julio Cesar Vieira Gomes, então chefe da Receita, teria sido procurado por Bolsonaro e tentado forçar a liberação dos objetos. Ele teria inclusive participado da elaboração do ofício emitido por Mauro Cid em 28 de dezembro, orientando o ajudante de ordens sobre como redigir o texto endereçado a ele mesmo no intuito de liberar as joias apreendidas.
Onde estão as joias?
- Um conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que seria para Michelle, foi retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), ainda no ano passado.
- Após decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), ele foi enviado para uma agência da Caixa Econômica Federal.
- Ontem, foi a vez de um terceiro lote ir para a guarda da Caixa.
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Por UOL Notícias.