Eleito ao derrotar o peronista Sergio Massa nas urnas em novembro, Javier Milei toma posse da presidência argentina sucedendo Alberto Fernández.
Na manhã deste domingo (10), Javier Milei foi declarado presidente da Argentina pelo Congresso, parte do rito institucional da passagem de governo no país vizinho mais importante do Brasil. Com o bastão e a faixa presidenciais em mãos, Javier Milei optou por fazer seu discurso aos apoiadores ao invés de se dirigir ao Congresso Nacional.
"Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje damos por terminada uma longa e triste história de decadência e damos início a historia da reconstrução do nosso pais", disse Milei no início de seu discurso à nação.
Em seu discurso, o novo presidente criticou os últimos anos da gestão política de seu país chamando as disputas políticas de "brigas sem sentido". De acordo com o presidente, sua eleição marcou um ponto de virada na história do país.
Criticando duramente o kirchnerismo em um discurso inflamado, Milei lembrou que recebe um país com uma situação econômica muito difícil e um déficit aproximado de 17% do produto interno bruto (PIB), além de uma "herança de hiperinflação" que prejudica a população.
Em uma longa lista de cifras, entre dívidas e déficits, o novo presidente argentino discorreu sobre o tamanho do desafio que ele tem pela frente e colocou na conta dos últimos governos a justificativa pela situação atual de desvalorização cambial e pobreza, anunciando um duro pacote de ajuste financeiro que não deve livrar o país da inflação, mas que deve ser o início da reconstrução do país para que ele não chegue ainda mais "perto da Venezuela de [Hugo] Chaves e [Nicolás] Maduro".
"Portanto, depois de semelhante situação não podem restar dúvidas de que a única possibilidade seja um ajuste, um ajuste organizado que incida sob o Estado e não sob o setor privado. Sabemos que será duro", disse Javier Milei.
Após destacar os desafios econômicos, Milei se referiu à situação da degradação social em que o país se encontra atualmente, com destaque para os baixos resultados de educação e o sucateamento do setor de saúde, que segundo ele, se deveu a má gestão dos recursos estatais e à classe política.
"Vamos tomar todas as decisões necessárias para solucionar o problema causado por 100 anos de gastos excessivos da classe política mesmo que seja duro no início. Sabemos que a curto prazo a situação vai piorar, mas depois veremos os frutos do nosso esforço tendo criado as bases para um crescimento sólido e sustentável."
"Também sabemos que nem tudo está perdido. Os desafios que temos são enormes, mas também temos capacidade para superá-los, não será fácil 100 anos de fracasso se desfazem em um único dia, mas começam algum dia. E hoje é esse dia", exclamou o presidente.
De acordo com o presidente, sua gestão vai usar todos os recursos estatais ao seu alcance para resolver os problemas que o país apresenta — prometendo não perseguir a classe política — e deve enfrentar todos os desafios com a certeza de que o povo argentino tem a resiliência para passar por eles. Pedindo por bênçãos para o povo argentino, Javier Milei terminou exclamando três vezes: "Viva a liberdade, caramba!"
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Por Sputniknews Brasil.
