Os manguezais atuam como forma de defesa contra eventos extremos como tempestades, tsunamis e aumento do nível do mar.
Conforme a ONU, o ecossistema dos mangues foi reduzido pela metade nos últimos 40 anos em todo o mundo. Os manguezais atuam como forma de defesa contra eventos extremos como tempestades, tsunamis e aumento do nível do mar – o solo do manguezal é capaz de reter grandes quantidades de carbono, um dos principais gases do efeito estufa.
Amazônia tem a maior faixa contínua de manguezais do mundo, concentrada nos estados do Maranhão, Pará e Amazonas. São locais ricos em nutrientes e onde várias espécies de peixes, aves e mamíferos se reproduzem.
No Pará, a coleta do caranguejo, em São João da Ponta, nordeste do estado, garante o sustento e o alimento de pescadores artesanais.
"O desafio é grande porque a gente vê caranguejo muito pequeno sendo capturado no período do defeso que é o do acasalamento”, conta o pescador Joel Aviz.
Área de manguezal em Guaraqueçaba — Foto: Gabriel Marchi |
Os manguezais protegem o litoral de eventos climáticos extremos e ainda removem gás carbônico da atmosfera. Esse sequestro de carbono é um serviço essencial para combater o aquecimento global.
“Os manguezais estocam pelo menos mais que o dobro do que as florestas de terra firme na Amazônia. À medida que você desmata, que você polui, que você contamina as áreas de manguezal, você está prestando um desserviço ambiental”, explicou Marcus Fernandes, pesquisador da UFPA.
Segundo pesquisadores, no Brasil, a maioria das áreas de mangue está preservada, mas eles alertam para os riscos da criação de animais e abertura de estradas no trajeto dos manguezais.
No Pará, por exemplo, parte do ecossistema foi devastado para construir a rodovia que liga Belém à cidade de Bragança, no Nordeste do estado.
É a cobertura florestal que ajuda a manter os benefícios dos manguezais amazônicos. Segundo o Instituto Chico Mendes, quase 80% dessas áreas ficam em unidades de conservação. Os manguezais mais conservados do Brasil estão no Pará e são o lar de cerca de 40 mil famílias.
Especialistas dizem que é preciso fortalecer as políticas públicas para proteger o ecossistema e o bem-estar das comunidades.
"Apesar dessas comunidades também terem um profundo conhecimento da natureza, elas ainda são as mais vulneráveis à crise climática que o nosso planeta está enfrentando e vai enfrentar nos próximos anos", explica Bruna Martins, articuladora da ONG Rare.