Fenômeno tem categoria 5, a maior possível, e gerou ventos de até 259 km/h; são esperadas ondas de até quatro metros e alagamentos em regiões próximas à costa
O ciclone Mocha chegou neste domingo, 14, à costa de Bangladesh e Mianmar, no Golfo da Bengala, forçando a evacuação de milhares de pessoas. O fenômeno foi classificado como de categoria 5, a maior existente. Segundo o Centro Conjunto de Advertência de Tufões dos Estados Unidos, os ventos do ciclone chegaram a até 259 quilômetros por hora. O Mocha atingiu o solo entre as cidades de Cox’s Bazar, em Bangladesh, e Sittwe, em Mianmar. Na região, vivem milhares de refugiados muçulmanos rohingya abrigados em acampamentos que foram ameaçados pela chegada do Mocha. Neste sábado, os moradores de Sittwe foram forçados pegarem seus pertences e procurar por terrenos mais altos, já que a expectativa é de que o ciclone cause ondas de até quatro metros.
As autoridades de Bangladesh informaram à AFP que 190 mil pessoas estão em regiões seguras em Cox’s Bazar enquanto ouras 100 mil foram levadas para Chittagong, segunda maior cidade do país. Os moradores da cidade de Yangoon, considerada capital econômica de Mianmar que fica a 500 quilômetros de distância do local de impacto, afirmaram que sentiram a chuva e o vento causados pelo Mocha. A Cruz Vermelha do país disse estar se preparando “para uma grande resposta de emergência”. Refugiados rohingya foram retirados das zonas de risco. Milhares de pessoas também deixaram a ilha turística de Saint Martin, na costa de Bangladesh, já que o local está na rota prevista do ciclone.
Os meteorologistas preveem que as chuvas causadas pelo ciclone podem inundar vilarejos localizados na costa dos países e nas margens dos rios. Os acampamentos rohingya são construídos, em sua maioria, nas encostas de colinas, em uma área na qual deslizamentos de terra já são frequentes. Segundo autoridades, eles foram abrigados em escolas e estruturas mais sólidas. O ciclone também afetou diversas atividades nos dois países, forçando a paralisação das operações no porto de Chittagong, o maior de Mianmar. Atividades ligadas à navegação e à pesca também foram suspensas.
Por Jovem Pan / AFP.