São três pacientes homens, moradores da capital paulista, com idades entre 24 e 37 anos, sem histórico de viagem para países com casos confirmados.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (23) três casos autóctones (de transmissão local) de varíola dos macacos (monkeypox) no estado de São Paulo. São três pacientes homens, moradores da capital paulista, com idades entre 24 e 37 anos, sem histórico de viagem para países com casos confirmados.
Os casos ainda estão em investigação para a busca de vínculos de transmissão.
Os pacientes estão isolados, com quadro clínico estável, sem complicações e sendo monitorados pelas Secretarias da Saúde do estado e do município.
Até o momento, o Brasil registra 14 casos confirmados para monkeypox, sendo dez em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e dois no Rio de Janeiro. Onze são importados, com histórico de viagem para Europa, e três são autóctones.
"O Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional, segue em articulação direta com o estado de São Paulo para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos. A pasta orienta que casos suspeitos sejam notificados imediatamente", diz nota.
Mundo
A OMS disse que a varíola dos macacos traz um "risco moderado" para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica.
“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, disse a OMS.
A organização diz que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola dos macacos.
Sintomas e transmissão
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.
"Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração", explica Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
"O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés", completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.
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Por G1.