Tecnologia permitirá que robôs percebam e interajam com o mundo de maneira mais semelhante à cognição humana
Surgiu novo conceito no campo da inteligência artificial (IA) que pode revolucionar a área de pesquisa e desenvolvimento, denominado neurônios multissensoriais integrados artificiais. A ideia é fazer com que a IA imite, até certo ponto, a capacidade do cérebro humano de processar informações vindas de diferentes sentidos, integrando as percepções de mundo com a tomada de decisões, segundo a The Logical Indian.
Cientistas afirmam que robôs e IAs precisam perceber e interagir com o mundo baseados na mesma arquitetura cerebral e perceptiva que os seres humanos têm para se equiparar à cognição e complexidade humanas.
Como essa tecnologia funciona e qual sua importância?
- A capacidade de processar informações nos seres humanos advém de vários sentidos, como toque, olfato, visão e audição, funcionando de forma sincronizada e conjunta para formar a cognição;
- Cientistas da Universidade de Penn State (EUA) realizaram estudo, publicado na Nature, no qual simularam a entrada de toque e visão para o computador, acoplando sensores táteis e transistores fotográficos, criando impressão visual;
- Isso possibilitou a criação de IA com neurônios multissensoriais integrados, capaz de perceber as imediações com mais detalhes e precisão;
- Essa capacidade será vantajosa em casos como o de veículos autônomos, além de impactar positivamente na tomada de decisões contextuais, como na área da saúde.
Formação
A arquitetura dos neurônios artificiais permite melhor adaptabilidade a questões inesperadas e dinâmicas, como na interação de robôs com humanos em ambientes não estruturados.
Essa tecnologia também promete trazer experiências mais imersivas e personalizadas no campo da tecnologia voltada aos consumidores, como nas realidades virtual e aumentada.
Projeto dos neurônios multissensoriais integrados, com a integração dos sentidos no corpo humano e sua reprodução eletronicamente, ao converter sinais sensoriais em elétricos (Imagem: Karim Safad et al./Nature) |
Para que tudo isso seja possível, será necessário desenvolver hardware capaz de processar todas as entradas sensoriais em tempo real, refinar os algoritmos de integração e considerar questões éticas e de privacidade relacionadas à coleta e processamento de dados.
A equipe de cientistas acredita que a tecnologia dos neurônios multissensoriais integrados tem potencial de uso nas áreas de defesa, exploração espacial, sistemas robóticos e de IA, além de ter planos de desenvolver outras informações táteis, como a gustativa, olfativa, térmica e auditiva.
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Por Olhar Digital.