O embaixador chinês na França criticou as políticas beligerantes dos EUA na ilha e destacou que, desse ponto de vista, a situação em Taiwan e na Ucrânia é "comparável".
Pequim usará qualquer meio, inclusive a opção militar, caso Taiwan decida se tornar independente da China, alertou o embaixador do gigante asiático na França, Lu Shaye, em entrevista ao canal francês do YouTube Livre Noir.
"O governo chinês defende a reunificação pacífica" de Taiwan com a China, mas as autoridades taiwanesas, com apoio dos EUA, insistem na secessão, disse Shaye. "Isso é incompatível para nós e faremos todo o possível para realizar uma reunificação pacífica. Mas, se não for possível e eles avançarem com a chamada independência, podemos usar qualquer meio, porque temos uma lei contra a secessão, ", esclareceu.
Quando perguntado se a situação em Taiwan pode ser comparada com a da Ucrânia, Lu Shaye respondeu que "não é comparável", porque "a crise ucraniana é um conflito entre dois países soberanos, enquanto Taiwan não é uma nação soberana. parte da China." Sobre as constantes reclamações das autoridades taiwanesas sobre a violação da zona de identificação de defesa de área da ilha por aviões chineses, o embaixador destacou que essas acusações são inconsistentes, já que o espaço aéreo de Taiwan é o céu do gigante asiático.
O ponto de comparação entre Taiwan e Ucrânia
Para Washington, o território insular é um "posto avançado" em sua estratégia contra Pequim e está usando Taipei como um "peão" para atingir seus objetivos, criticou. O diplomata chinês acredita que os EUA querem “preservar sua hegemonia a todo custo”, e por isso promove uma guerra na Europa e busca desencadear outra na Ásia para conter a Rússia e a China. Deste ponto de vista, a situação na Ucrânia e em Taiwan "é comparável", porque por trás destes dois casos está o país norte-americano, acrescentou.
Shaye também afirmou que o gatilho para o conflito na Ucrânia foram as "cinco fases de expansão" da Otan para o leste, realizadas nas últimas décadas, atingindo "as portas da Rússia". O chefe da missão diplomática chinesa na França lembrou que antes do início da operação militar russa, Moscou repetidamente propôs ao Ocidente que se sentasse para negociar, mas esses apelos foram rejeitados.
Pequim defende uma solução política para o conflito na Ucrânia, mas para isso é preciso “atacar as raízes” da crise, disse o entrevistado. O conflito "não começou em 24 de fevereiro [com a operação militar russa], mas muito antes" com a expansão da OTAN, com o fornecimento de armas para Kiev e as promessas do Ocidente de unir aquele país ao bloco militar, explicou.
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Por RT News em espanhol.