Uma mesma mancha solar disparou três erupções seguidas, sendo uma delas a mais poderosa já registrada desde 2017
Um jato de plasma solar atingiu o campo magnético da Terra nesta sexta-feira (15). Embora este tenha sido um impacto fraco, que não provocou uma tempestade geomagnética completa, o evento pode preparar o terreno para algo mais potente, como consequência da erupção recorde observada no Sol esta semana.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela;
- Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.
Diagrama mostra as três explosões solares seguidas disparadas da mesma mancha. Crédito: GOES/NOAA via Spaceweather.com |
Na quarta-feira (13), a mancha solar AR3514 sofreu uma erupção de classe M, evento que atingiu a Terra de forma fraca nesta manhã. Ocorre que a mesma mancha, logo em seguida, disparou uma explosão recorde de classe X2.8 (a mais forte desde 2017).
Os níveis de tempestades geomagnéticas que podem ser provocados na Terra em decorrência disso devem atingir a categoria G2 (Moderada) – em uma escala que vai de G1 a G5. Isso, que está previsto para domingo (17), pode ser intensificado por mais um jato de plasma ejetado exatamente da mesma mancha horas mais tarde, desta vez de classe M7.
“Ainda estamos aguardando os resultados da modelagem da NOAA para confirmar o momento do impacto e a possível força de qualquer tempestade geomagnética resultante”, diz a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.
Além da formação de auroras nas mais extremas latitudes da Terra (austrais, quando vistas no polo sul, e boreais, quando no polo norte), tempestades geomagnéticas de classes G1 e G2 podem provocar:
- Sistema elétrico: tempestades de longa duração podem danificar transformadores;
- Operação de satélites: podem ser requeridas ações corretivas da orientação pelos controles de solo, e possíveis mudanças no arrasto podem afetar a previsão das órbitas;
- Outros sistemas: propagação em rádio HF pode enfraquecer em locais nas mais altas latitudes.
-
Por Olhar Digital.