Na terça-feira (5), o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) foi ligado mais uma vez. Após três anos de atualizações e modernizações, ele observou imediatamente três partículas exóticas pela primeira vez.
O maior acelerador de partículas do mundo voltou a funcionar e quebrar recordes de colisões de partículas de energia mais alta já realizadas. É tudo muito intrigante, com cientistas procurando mais informações sobre a chamada "partícula de Deus", o bóson de Higgs, e sobre sinais de matéria escura.
Porém, para alguns, que têm evidentemente preocupações de que o colisor abra uma porta para o inferno ou uma dimensão paralela da qual não há retorno.
A CERN, Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, sempre foi objeto de várias teorias da conspiração, desde a criação de buracos negros até sacrifícios humanos no terreno. Neste ano, aponta James Felton, autor do portal IFLScience, parece que os conspirólogos têm assistido um pouco demais ao "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", já que os rumores se focaram agora em torno da abertura de um portal para outra dimensão.
"Quem sentiu que uma grande mudança está chegando por um tempo agora?", escreveu um astrólogo verificado no Twitter, em um exemplo típico das teorias da conspiração. "Agora, em 5 de julho, vamos literalmente mudar as linhas de tempo, quando a CERN ligar sua máquina estará abrindo um portal para passar e também o desconhecido entrará. Mantenha suas vibrações positivas e energia para cima."
Mesmo assim, levando a sério a teoria da conspiração por um curto momento, poderia até adivinhar que as teorias de dimensão alternativa se baseiam na ideia de que o Grande Colisor de Hádrons poderia – teoricamente – detectar evidências de dimensões extras.
"Como poderíamos testar dimensões extras? Uma opção seria encontrar evidências de partículas que só podem existir se as dimensões extras fossem reais", explica a CERN em seu site.
"As teorias que sugerem dimensões extras preveem que, da mesma forma que os átomos têm um estado fundamental de baixa energia e estados excitados de alta energia, haveria versões mais pesadas de partículas padrão em outras dimensões. Essas versões mais pesadas de partículas – chamadas de estados de Kaluza-Klein – teriam exatamente as mesmas características que as partículas padrão (e assim seriam visíveis para nossos detectores), mas com uma massa maior", explica.
"Tais partículas pesadas só poderiam ser reveladas nas altas energias alcançadas pelo Grande Colisor de Hádrons", acrescenta.
Outra possibilidade é que o LHC poderia produzir buracos negros extremamente temporários e incrivelmente pequenos. A aparência desses buracos negros microscópicos poderia nos dizer sobre a existência de dimensões extras. No entanto, eles não são nada que pudesse engolir o planeta e entrariam em colapso sobre si mesmos em cerca de segundos.
"Os buracos negros astronômicos são muito mais pesados do que qualquer coisa que possa ser produzida no LHC", resumiram na CERN.
Então, como os teóricos da conspiração reagiram quando o LHC foi ligado e não trocamos de dimensões, perguntaria você. Eles mudaram os parâmetros mais rápido do que um próton sendo arremessado em torno de um acelerador de partículas.
"Muitas pessoas estão negligenciando a seriedade da agenda do Colisor de Hádrons da CERN. Não é como se seres surgissem de um portal e matassem todos instantaneamente", escreveu um usuário. "Não é assim que os rituais satânicos funcionam. As ramificações do que aconteceu ontem [5] serão revelados nos próximos meses."
Por Sputniknews Brasil.