O estado de São Paulo registrou o primeiro caso do superfungo Candida auris. O paciente, um bebê recém-nascido, está sob acompanhamento de uma equipe médica
Por que a Candida auris preocupa tanto?
- Mas especificamente a Candida auris causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos. Isso levou a espécie a receber o apelido de superfungo.
- Os organismos do gênero Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, como a candidíase, que é combatida com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.
- A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos.
- O patógeno é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento.
Difícil de identificar
- Outra característica que torna a espécie preocupante é sua capacidade de sobreviver por meses em superfícies como macas, móveis e instrumentos. É possível, por exemplo, que indivíduos saudáveis transportem o fungo entre unidades hospitalares sem saber.
- Não bastasse sua resistência, o patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida. Isso porque há um desconhecimento sobre a nova espécie, então ela pode acabar passando despercebido.
- A transmissão, contudo, se dá somente pelo contato direto com objetos ou pessoas infectadas, uma das poucas características que favorecem sua contenção.
- Até hoje, por exemplo, nunca foi identificada uma infecção por Candida auris fora do ambiente hospitalar.
Origem do superfungo
O superfungo foi primeiro identificado no Japão, em 2009, no ouvido de um paciente internado, o que levou ao nome auris —orelha, em latim. Ao todo, foram cerca de 5 mil pessoas infectadas até agora em todo mundo.
O nível de alerta cresceu bastante durante a pandemia de covid-19, que aumentou em muito o número de internações longas em todo o mundo. Isso porque pacientes graves passam muito tempo da UTI, tomando corticoide e, dependendo do caso, em ventilação mecânica —fatores que são riscos para infecções fúngicas.
*Com informações de reportagem publicada em 16/01/2022.
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Por UOL VivaBem.