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Destruição de cidade bíblica do Antigo Testamento é confirmada pela ciência
Quinta, Outubro 31, 2024
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Destruição de cidade bíblica do Antigo Testamento é confirmada pela ciência

Uma nova técnica detecta campos magnéticos antigos em tijolos queimados e foi usada para confirmar a destruição da cidade há 3 mil anos

Cientistas usaram uma nova técnica que detecta campos magnéticos antigos em tijolos queimados para confirmar a destruição de uma grande cidade filisteia há mais de 3 mil anos. O episódio é mencionado no Antigo Testamento, mas até agora não havia sido confirmado pela ciência.

Incêndio ou uso de fornos?

  • De acordo com o Segundo Livro dos Reis, a poderosa cidade de Gate foi capturada e saqueada pelas forças de Hazael, rei de Aram-Damasco.
  • A datação por radiocarbono dentro do sítio arqueológico de Tel es-Safi sugeriu que o evento ocorreu por volta de 830 a.C.
  • No entanto, a análise de uma parede derrubada apontou que a estrutura havia desmoronado ao longo de muitas décadas, e não em um único evento violento.
  • A partir disso, pesquisadores passaram a sugerir que, embora os tijolos de barro mostrassem sinais de terem sido expostos a altas temperaturas, isso provavelmente ocorreu quando eles foram queimados em um forno antes da construção da parede.
  • O problema é que a noção amplamente aceita é a de que a tecnologia de tijolos de barro queimados em forno só chegou à região na época romana.
  • Antes disso, as estruturas eram tipicamente construídas com tijolos secos ao sol.
  • As informações são da IFLScience.
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Tijolo antigo usado na cidade de Gate (Imagem: reprodução/Yoav Vaknin)

Cidade foi destruída, concluíram os cientistas

Para acabar com as dúvidas sobre o que de fato aconteceu, pesquisadores desenvolveram um novo método para determinar se materiais antigos eram submetidos a queima.

A argila a partir da qual os tijolos foram feitos contém milhões de partículas ferromagnéticas – minerais com propriedades magnéticas que se comportam como tantas pequenas ‘bússolas’ ou ímãs. O aquecimento a 200°C ou mais, como acontece em um incêndio, libera os sinais magnéticos dessas partículas magnéticas e, estatisticamente, elas tendem a se alinhar com o campo magnético da Terra naquele momento e lugar específicos. Assim, um tijolo queimado atinge um campo magnético forte e uniformemente orientado, que pode ser medido com um magnetômetro. Isso é um indício claro de que o tijolo foi, de fato, queimado.

 

Dr. Yoav Vaknin, autor do estudo

Dessa forma, se as paredes da cidade fossem destruídas em um incêndio, todos os tijolos teriam registrado a direção do campo magnético da Terra na hora e no local exatos do evento. Já em caso de utilização de tijolos de barro queimados em forno, eles teriam apontado para várias direções, já que teriam sido colocado em uma orientação aleatória.

Os autores do estudo então usaram uma técnica chamada desmagnetização térmica. Isso envolve aquecer a argila em um forno especial que neutraliza o campo magnético da Terra.

Durante esse processo, o material torna-se desmagnetizado quando exposto à mesma temperatura que originalmente o fez magnetizar. Usando esse sistema, os pesquisadores foram capazes de determinar as temperaturas exatas às quais os tijolos foram inicialmente aquecidos, ao mesmo tempo em que confirmaram que seus campos magnéticos apontavam todos na mesma direção.

Nossas descobertas significam que os tijolos queimaram e esfriaram no local, exatamente onde foram encontrados, ou seja, em uma conflagração na própria estrutura, que desabou em poucas horas. Se os tijolos tivessem sido queimados em um forno e depois colocados na parede, suas orientações magnéticas teriam sido aleatórias.

 

Dr. Yoav Vaknin, autor do estudo

As conclusões confirmam o relato bíblico da destruição da cidade. Além disso, confirmam que os tijolos foram secos ao sol e não queimados em estufa. Isso indica que a tecnologia de queima em fornos só chegou na região com os romanos. O estudo foi publicado na revista PLOS ONE.

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Por Olhar Digital.

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