A decisão integra um dos 16 acordos assinados por Vladimir Putin e Xi Jinping no encontro dos dois líderes antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, na sexta-feira (4).
O acordo prevê uma cooperação entre o sistema de satélites russo GLONASS e o chinês BeiDou, segundo comunicado divulgado na página oficial do Kremlin, e faz parte de um pacote de 16 documentos.
"Eles incluem um acordo intergovernamental sobre a cooperação em legislação antimonopólio e política de competitividade, além de vários outros documentos interministeriais, como o acordo de cooperação para garantir a compatibilidade e interoperabilidade dos sistemas de navegação por satélite GLONASS e BeiDou em termos de escalas de tempo do sistema", informou o Kremlin em comunicado.
A especialista Clark Shu, da Universidade de Ciência e Tecnologia Eletrônica da China, foi entrevistada pelo South China Morning Post (SCMP) e informou que esse tipo de parceria envolvendo escalas de tempo significa que os dois sistemas vão operar de maneira a "maximizar o uso dos recursos de ambos os sistemas".
Os detalhes oficiais da parceria ainda não foram divulgados. Segundo informações do SCMP, o novo acordo é uma expansão do convênio estabelecido entre os dois países em 2018, intitulado "Cooperação no uso pacífico do BeiDou e GLONASS".
O sistema chinês possui 30 satélites e proporciona uma precisão de até 1,2 metro, melhor que o concorrente dos EUA, o GPS, que possui uma precisão máxima de 5 a 10 metros. O BeiDou também possui um sistema de mensagens de texto e grande relevância militar.
Já o GLONASS é reconhecido pela estabilidade. O sistema russo é formado por 24 satélites, foi iniciado durante a Guerra Fria e retomado em 2011. Assim como BeiDou, também oferece diversos serviços estratégicos militares importantes.
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Por Sputniknews Brasil.