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ONU prevê queda do crescimento econômico global em 2024
Quinta, Outubro 31, 2024
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ONU prevê queda do crescimento econômico global em 2024

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê para 2024 um crescimento global de 2,4%, quatro pontos percentuais a menos do que em 2023, de acordo com dados do relatório "Situação Econômica Mundial e Perspectivas" (WESP, na sigla em inglês) de 2024, lançado nesta quinta-feira (4).

O estudo alerta que as perspectivas de crescimento a curto prazo em diversas economias grandes e desenvolvidas, especialmente nos Estados Unidos, são projetadas para desacelerar em 2024, "devido às altas taxas de juros, desaceleração no consumo e mercado de trabalho mais fraco".

Além disso, informa que o crescimento de muitos países em desenvolvimento, especialmente na Ásia Oriental, Ásia Ocidental, América Latina e Caribe, também estão se deteriorando devido a condições financeiras mais restritas, redução do espaço fiscal e demanda externa fraca.

"Economias de baixa renda e vulneráveis enfrentam crescentes pressões no balanço de pagamentos e riscos à sustentabilidade da dívida. As perspectivas econômicas para pequenos estados insulares em desenvolvimento, em particular, serão limitadas por ônus elevados de dívida, altas taxas de juros e crescentes vulnerabilidades relacionadas ao clima, ameaçando minar e, em alguns casos, reverter os avanços alcançados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS".

A previsão surge na sequência de um desempenho econômico global que excedeu as expectativas em 2023. No entanto, o crescimento do produto interno bruto (PIB) mais forte do que o esperado do ano passado mascarou riscos de curto prazo e vulnerabilidades estruturais, afirma o estudo.

Taxas de juros elevadas, a nova escalada dos conflitos, a lentidão do comércio internacional e o aumento dos desastres climáticos colocam desafios significativos ao crescimento global.

"As perspectivas de um período prolongado de condições de crédito mais restritivas e custos de financiamento mais elevados apresentam fortes obstáculos para uma economia mundial sobrecarregada de dívidas, destaca o texto, que precisa de mais investimentos para crescer, combater as alterações climáticas e acelerar o progresso rumo aos ODS", opina o estudo.

Inflação e emprego

O relatório prevê que a inflação global deve cair ainda mais, de uma estimativa de 5,7% em 2023 para 3,9% em 2024. As pressões de preços, no entanto, ainda estão elevadas em muitos países, e qualquer escalada adicional de conflitos geopolíticos arrisca aumentos renovados na inflação.

O relatório destaca que, em cerca de um quarto de todos os países em desenvolvimento, a inflação anual está projetada para ultrapassar 10% em 2024.

"Desde janeiro de 2021, os preços ao consumidor em economias em desenvolvimento aumentaram 21,1%, corroendo significativamente os ganhos econômicos obtidos após a recuperação da COVID-19. Em meio a interrupções no lado da oferta, conflitos e eventos climáticos extremos, a inflação local de alimentos permaneceu alta em muitas economias em desenvolvimento, afetando desproporcionalmente os mais pobres", diz o texto.

De acordo com o relatório, os mercados de trabalho globais têm visto uma recuperação desigual da crise da pandemia.

"Nas economias desenvolvidas, os mercados de trabalho permaneceram resilientes, apesar de uma desaceleração no crescimento. No entanto, em muitos países em desenvolvimento, especialmente na Ásia Ocidental e na África, indicadores de emprego ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos".

O estudo revela também que a lacuna de emprego de gênero global permanece alta, e as disparidades salariais de gênero não apenas persistem, mas até aumentaram em algumas ocupações.

Trabalho coletivo para crescer

O relatório enfatiza que são urgentes iniciativas robustas e eficazes de cooperação global para evitar crises de dívida e fornecer financiamento adequado aos países em desenvolvimento.

"Países de baixa renda e países de renda média com situações fiscais vulneráveis precisam de alívio e reestruturação da dívida para evitar um ciclo prolongado de investimento fraco, crescimento lento e altos encargos com serviço da dívida", opina o texto.

De acordo com a pesquisa, os governos precisarão evitar consolidações fiscais autodestrutivas e expandir o apoio fiscal para estimular o crescimento em um momento em que as condições monetárias globais permanecerão restritas.

Além disso, o estudo orienta que bancos centrais de países em desenvolvimento, em particular, precisarão utilizar uma ampla gama de ferramentas de política macroeconômica para minimizar os efeitos colaterais adversos do aperto monetário nas economias desenvolvidas.

Ademais, o financiamento climático global deve ser massivamente ampliado, defende o relatório.

"A redução — e eventual eliminação — dos subsídios aos combustíveis fósseis, o cumprimento dos compromissos internacionais de financiamento, como a promessa de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 490 bilhões) para apoiar países em desenvolvimento e a promoção da transferência de tecnologia são cruciais para fortalecer a ação climática em todo o mundo", conclui o estudo.

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Por Sputniknews Brasil.

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